por Francisco Petros e José Marcio Mendonça
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Terça-feira, 19 de novembro de 2013 - nº 271
Mensalão : não resta nem a lição - 1
Há certa pregação midiática e, até mesmo, nos eventos corporativos e informais, no sentido de que o mensalão é um marco contra a corrupção. Não é. Já se provou ao longo de toda a história brasileira que a política nacional está mais para Macunaíma do que para qualquer vã filosofia. Fosse diferente, Fernando Collor, personagem do únicoimpeachment republicano, teria servido como exemplo para que o jogo de roubar o Erário se tornasse algo menos vulgar. O mensalão de fato tornou-se a principal lembrança do governismo petista, mas Lula naquela ocasião soube sair-se bem com o seu governo. Pela porta da frente, diga-se. A sociedade brasileira não é apenas negligente em relação à política. Passou ao estágio de descrente, senão conivente. Há uma desmobilização imensa dos movimentos sociais que, mesmo saindo às ruas, não sabem aonde ir. Além disso, quem tem voto no Brasil tem como principal predicado o poder de encastelar seus pares no Estado. Daí, apenas segue as tendências majoritárias ou opera contra para obter outras facilidades. Se assim não fosse, não haveria tantos "partidos penduricalhos" dos poderes espalhados pelo território nacional.