A Secretaria de Estado da Segurança
Pública e da Defesa Social (Sesed), por meio da Divisão Especializada de
Investigações e Combate ao Crime Organizado (Deicor), apresentou na tarde desta
terça-feira (24) detalhes da operação que resultou na libertação do jovem
Porcino Segundo, 19 anos, que estava sequestrado há 37 dias.
Dois cativeiros foram
‘estourados’, quatro sequestradores foram presos e um morreu no confronto com
os policiais. A vítima já está sob os cuidados de familiares, em Natal.
A delegada Sheila Freitas, que coordenou
os trabalhos da Deicor, disse que a quadrilha composta por uma mulher e quatro
homens, todos cearenses, ameaçaram várias vezes matar o rapaz, conhecido como “Popó”.
“Os sequestradores fizeram o primeiro contato com a família da vítima quinze
dias depois. Apesar de os bandidos dizerem que a polícia deveria ficar longe do
caso, a polícia começou as investigações e em nenhum momento participou de qualquer
tipo de negociação que teria sido mantido entre os parentes de Popó e os
criminosos. Não foi pago nenhum resgate.
A parceria do trabalho policial com o
Poder Judiciário foi fundamental para o resultado positivo. Se não fosse a
juíza Valentina Damasceno, de Ceará-Mirim, nosso trabalho teria sido muito prejudicado”.
Sheila Freitas afirmou que, desde
que foram informados sobre o desaparecimento de Popó, dia 16 de junho em Ceará-Mirim,
ela e seus policiais tinham consciência que o mais importante era libertar o
rapaz, mesmo que não fosse preso nenhum marginal. A delegada acredita que, pelo
menos, dez pessoas participaram do esquema criminoso e alertou que as
investigações continuam. Uma casa em Parnamirim e outra na praia de Pitangui –
de onde Popó foi libertado – foram usadas como cativeiro.
Sheila Freitas ainda confirmou que
os marginais acompanhavam o noticiário sobre o sequestro pela imprensa,
principalmente pelos blogs. “No começo, houve uma movimentação maior da
imprensa, mas com o passar do tempo somente alguns blogs ficaram divulgando, o
que prejudicou nosso trabalho, pois os bandidos ficaram mais agressivos e a
cada notícia publicada eles ameaçavam mais a vítima, dizendo que iriam matá-la”.
Os sequestradores
Os cinco acusados foram localizados
hoje. São eles: José Orlando Evangelista Silva, 42 anos, preso no conjunto
Pitimbu, zona Sul de Natal; Paulo Victor Lopes Monteiro, 25 anos; sua mulher
Bruna Pinho Landim, 22 anos; Anderson de Souza Nascimento e um homem conhecido
como ‘Cabeça’, extraoficialmente identificado como José Erisvan, que morreu ao
trocar tiros com os policiais, na casa em Pitangui.
Paulo Victor Lopes Monteiro é filho
de um coronel da reserva da Polícia Militar do Ceará. Anderson Nascimento foi
atingido em um braço e um pé, sendo socorrido para o Hospital do Santa
Catarina, de onde foi transferido, no começo da noite, para o Hospital Walfredo
Gurgel.
Com a quadrilha foram apreendidas
duas pistolas – uma ponto 40 e outra 9 milímetros – e uma submetralhadora,
todas armas de munição de uso restrito das Forças Armadas e polícias, além de
um par de algemas, celulares, uniforme da PM potiguar, munição, óculos de mergulho,
correntes (usadas para prender o sequestrado pelo tornozelo) e um notebook, de
onde os bandidos tinham acesso à internet por meio de um modem.
Segurança
O secretário-adjunto de Estado da
Segurança Pública e da Defesa Social, Clidenor Cosme da Silva Júnior, que
acompanhou toda a investigação e participou da diligência do final da manhã de
hoje (24), confirmou que os marginais acompanhavam noticiário do sequestro pela
imprensa, por meio da internet.
Ao ver os policiais chegando, lembrou Silva
Júnior, ‘Popó’ disse: “Graças a Deus, vocês chegaram”. Aparentemente, de acordo
com o secretário, a vítima estava tranquila e só foi agredida fisicamente no
momento da abordagem pelos sequestradores. “No cativeiro, ele disse que era
alimentado, tomava água e até uma televisão recebeu nos últimos dias”.
O secretário-adjunto reforçou que as
investigações sobre a quadrilha que sequestrou ‘Popó’ continuam e espera que,
em breve, novas prisões sejam anunciadas.
Com informações de João
Ricardo Correia – Assessor de Imprensa da Sesed